CARO LEITO
Pergunta errada!
Ao desembarcar do avião, um menino de cinco ou seis anos de idade escapou da mãe e saiu correndo. Subia e descia a rampa, quase atropelando outros passageiros. Passou por baixo do corrimão de proteção para correr em lugares de acesso restrito. E a mãe, obviamente frustrada e envergonhada, corria atrás do menino perguntando em tom de desespero: “O que você quer, filho?”
A menina de três anos fez birra na hora do almoço e derrubou seu prato no chão. O pai, já cansado do conflito, falou em frustração enquanto se abaixou para limpar o chão, e a filha começou a bater nele com sua colher. Com isso, o pai perdeu a paciência e gritou: “O que você quer? Pare com isso e diga logo!”
Alguns pais vivem preocupados com a possibilidade de sofrer a repreensão da sociedade, até temendo consequências legais se exercerem autoridade sobre seus filhos. Outros confundem os papéis e procuram ser amigos dos seus filhos antes de qualquer outra coisa. Muitos simplesmente não têm nenhuma noção de como criar filhos.
Crianças não devem ser abusadas, maltratadas ou dominadas por pais ignorantes e autoritários. Mas pais que não exercem seu papel de guiar, educar, corrigir e disciplinar são culpados de uma das piores formas de abuso.
Em praticamente todas as áreas da vida, respeitamos uma certa ordem de autoridade, uma hierarquia. Um funcionário em uma empresa entende sua posição em relação ao seu gerente, supervisor etc. Um jogador no campo de futebol respeita a autoridade dos árbitros. Até na esfera civil, desacatar funcionário público é tratado como crime pela falta de respeito para com pessoas em posições de autoridade.
Quando um motorista entra numa faixa errada, o oficial de trânsito não pergunta o que ele quer, e não fica implorando para ele respeitar a lei. O guarda manda o motorista respeitar a lei e ainda aplica multa por sua infração. Quando um cidadão deixa de pagar um imposto, o governo não pergunta sobre sua vontade no assunto. Vem a cobrança com multas e juros e ainda ameaças de consequências maiores.
Pais precisam ensinar seus filhos sobre a importância da obediência. O filho que não aprende a respeitar a autoridade dos pais está destinado a ser um adulto petulante que terá de enfrentar um mundo que não corre atrás perguntando o que ele quer!
Mas os principais motivos para ensinar o filho a ser obediente são muito maiores. Não é apenas o desejo que ele se dê bem na escola, na profissão e na sociedade. Os pais devem ensinar os filhos a serem obedientes porque:
É uma ordem de Deus. “Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor” (Colossenses 3:20). Logo depois de falar que os filhos devem obedecer e honrar os pais, Paulo falou do papel dos pais na instrução: “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Efésios 6:1-4).
Aprender a obedecer aos pais é um passo fundamental para aprender obediência a Deus. O autor de Hebreus escreveu: “Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos?” (Hebreus 12:9). Quando a criança pequena aprende a obedecer aos pais carnais, está sendo preparada para obedecer ao Pai espiritual.
Para o bem do seu filho, principalmente para seu bem eterno, ensine a obediência. A pergunta certa não é o que o filho quer, e sim o que o pai disse. Exerça sua autoridade de pais como demonstração do seu amor para com seu filho.
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